Business Agility, para mim, nada mais é do que a habilidade que uma empresa possui para responder rapidamente, e de forma bem sucedida, a eventos inesperados que impactam seus negócios.
Nessa linha, se formos honestos, admitiremos que a maioria das empresas que estão no mercado já possui um certo nível de agilidade nos seus negócios, e isso não tem nada a ver com manifesto ágil ou com qualquer outro movimento recente, mas sim com a própria natureza do conceito de negócio.
Criar ou liderar um negócio ou uma empresa, sempre implicou em aceitar trabalhar em contextos de incerteza, muitas vezes assumindo riscos, o que inevitavelmente exige do negócio algum grau de agilidade, e isso é tão antigo quanto as primeiras publicações de Adam Smith ou Richard Cantillon sobre o tema.
Então, Business Agility é só mais uma “modinha”?
Mas se agilidade é uma característica intrínseca de todo negócio, por que então o tema Business Agility passou nos últimos anos a estar cada vez mais presente na agenda executiva das empresas? Um ponto chave para responder essa pergunta seria entender que a intensidade e frequência com a qual os negócios hoje estão expostos às incertezas é consideravelmente maior do que em tempos passados.
Se antes a coragem e agilidade dos empreendedores, aliadas ao esforço da força de trabalho, eram suficientes para lutar pelo sucesso dos negócios, agora esse cenário é diferente e exige um nível de agilidade que só pode ser alcançado se o mesmo comportamento empreendedor for espalhado por todo o restante da empresa.
Nessa nova dinâmica, a agilidade nos negócios é alcançada quando as pessoas espalhadas pela empresa passam a sentir o negócio da mesma forma que um empreendedor sempre precisou sentir, ou seja, aceitando a incerteza, assumindo riscos e respondendo com agilidade. Quanto mais esse comportamento avança pela organização, mais agilidade haverá no negócio.
Criar as condições adequadas para que as pessoas se aproximem das incertezas do negócio, com competência para tomar decisões e agir de forma ágil frente ao inesperado, passa a ser um passo crítico para aumentar o nível de agilidade nos negócios.
Desenvolvendo suas competências para Business Agility
Seguindo essa linha de pensamento, vemos que alguns comportamentos comuns aos empreendedores precisam agora ser espalhados pela sua empresa para que, então, o nível de agilidade nos negócios realmente cresça. São eles:
- Assumir que processos servem ao negócio, e não o inverso. Ou seja, entender muito bem quais são nossos objetivos e desafios para então emergir com processos e modelos adequados a quem somos. #emergence #complexity #macronarratives
- Ser capaz de sistematicamente significar contextos e cenários para entender o que realmente acontece na empresa e no mercado, indo além dos rumores e especulações. #sensemaking #foresight #micronarratives
- Ser capaz de pensar nos processos do negócio de forma emaranhada, considerando que os diversos temas organizacionais, como estratégia, identidades, fluxo, modelos de negócio, estruturas, aprendizagem, rituais, dentre outros, estão integralmente conectados. #decisionmaking #entanglement #orgthemes
- Estar aberto para práticas contraditórias. Através desta perspectiva, a Business Agility passa a ser beneficiada pela facilidade que as pessoas tem em movimentar-se por entre práticas que muitas vezes são contraditórias em conceito, mas coerentes ao contexto. #coherence #ambiguity #complexity #experiments
BUsiness agILity Design
Nas minhas consultorias de Business Agility, sempre organizo o trabalho de uma forma que os próprios clientes se tornem protagonistas e criadores de modelos organizacionais e operacionais alinhados a quem eles são e aos seus mais próprios objetivos.
Por ter alcançado resultados majoritariamente positivos nessas implementações, decidimos – ainda na época da Emergee – por publicar cada vez mais sobre o tema, e treinar pessoas no mercado para que possam fazer o mesmo nas suas empresas e clientes. Foi daí que surgiu a necessidade de dar uma identidade a esta forma específica de trabalhar business agility, a que chamamos de BUILD (BUsiness AgILity Design).
O BUILD é composto por um movimento em três etapas (Brief. Sense. Design.) que quando espalhado pela organização desenvolve nas pessoas, naturalmente, as competências empreendedoras que mencionei anteriormente.
O que mais encanta nas iniciativas de BUILD é que, enquanto na maioria das estratégias para Business Agility você se depara com o confronto entre os processos propostos e a cultura e mentalidade da empresa (Agile x Waterfall, Projeto x Produto, …), aqui esse confronto não acontece! Isso pelo fato de que no BUILD as práticas e modelos emergem a partir da própria realidade da empresa ou unidade de negócio, ou seja, desde o início a prática é pensada para funcionar na sua própria empresa, de acordo com seu verdadeiro jeito de ser e objetivos. Não há confronto!